sexta-feira, 18 de maio de 2012

A Língua de Eulália (Resenha)


    "A Língua de Eulália" é uma novela escrita pelo sociolinguista Marcos Bagno. Relata a história de três jovens universitárias, Vera, Silvia e Emília, que vão passar uma temporada no sítio da professora Irene, tia de Vera. Eulália é a empregada e amiga da família.
    Nesta obra o autor expõe, de maneira didática, ramificações da linguística abordando a Sociolinguística, a Fonética, a Morfologia e outras. Bagno relata e rompe preconceitos e mitos relacionados à lingua, procurando mostrar que o uso de uma linguagem diferente nem sempre pode ser considerada um 'erro de português'.
    Partindo da cena em que Silvia e Emília zombam do Português de Eulália, supondo que ao falar palavras como 'probrema' ou 'frósfro', que aliás, grande parte da população também fala, ela não poderia ser uma pessoa sábia, Bagno inicia uma discussão sobre língua padrão, não padrão e variedades linguísticas, enfatizando que a fala de Eulália não é errada, apesar de diferente.A Língua Portuguesa passou por muitos processos que justificam tais variedades e que o preconceito linguístico - descrito pelo mesmo autor em "Preconceito Linguístico: O que é e Como se Faz" - é o maior dos mitos e suas graves consequências se revelam principalmente no ensino, já que as escolas e os professores não consideram a multiplicidade da língua e até traumatizam e atrofiam a relação dos alunos com a língua, impondo a norma padrão culta como suprema.
    Não existe uma língua homogênea, existem diversas maneiras de se falar uma língua e todas essas maneiras precisam ser respeitadas.
    Bagno faz descrições simples e objetivas da língua não padrão, sem nunca combater o português padrão, mas defendendo que esta variedade não deve ser tratada como a única correta, oprimindo e estigmatizando os falantes de outras variedades. Demonstra que com informação e conhecimento do funcionamento da língua, pode-se combater os mitos e preconceitos.

Um comentário:

  1. esse livro é muito bom parabéns ao autor, esse livro tirou varias duvidas e preconceito que eu enssistia por uma questão cultural e pelo que pude observar até histórica que costumava praticar ou até tentar corrigir a PNP de muitas pessoas.

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